Às vezes sinto como se eu fosse mais velha do que realmente sou; não um ou dois anos, mas uma vida inteira. É como se tudo que eu tivesse vivido até aqui tivesse sido esticado e até os sons que penetram o meu cérebro parecem diferentes. O veludo parece até cortar e o cerol é que me acaricia. Se um dia eu pudesse escolher o meu rumo, não sei se mudaria alguma coisa. Porém as lágrimas que não caem nunca, seriam boas se caíssem por alguém e eu até seria boa se pudesse chorar por alguém diferente.
A uva passo nos lábios, volto décadas como se isso fosse o futuro. A luz do abajur, a inocência da televisão... Talvez eu só queira assistir mais uma vez a fita do Rei Leão no meu videocassete. Tudo o que era bom acabou, assim como pensarei dos dias de hoje e amanhã.
Se eu morrer amanhã, ou daqui a um segundo gostaria de dizer que minhas metáforas metafóricas não querem dizer nada. Mas, se eu morrer daqui a um segundo, saibam que essa não é minha carta de suicídio, pois não ficaria feliz em morrer sem ter sofrido por ninguém. Não me consola saber que posso perder tudo o que tenho, mas fico feliz por saber que ainda tenho pelo menos alguns segundos com as pessoas que eu realmente amo.
E ainda então, se eu não tiver esses poucos segundos, na minha alma estão tatuados os nomes de todos aqueles à quem eu dedico algum sentimento... Mas desculpe-me não quis dizer amor, porque amor acaba, amor trai, amor vive e viver é uma forma de estar disponível ao mercado do pecado. O que eu sinto é intransferível, incongelável, lindíssimo.
Creio eu que esse não seja meu último superlativo. Ou melhor, "queira Deus" como todos dizem.
Mas, se alguém me perguntar alguma coisa... Eu realmente não quero que esse seja meu último superlativo.
terça-feira, 11 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
RED PILL
Hoje me chamaram louca enquanto a chuva, ela caia lá fora... Em uma semana, fui do luxo ao lixo e do lixo a ao luxo. Sonhos lembrados, novos sonhos surgindo e posso dizer que a cabeça que explode possui os melhores pensamentos. A cabeça que explode sempre é mais estimada, porque nem as cinzas são distinguidas. O que vai sempre é mais valioso, mas não nesse caso.
Cansei das coisas que me aceleravam o coração, cansei de escutar vozes da lã, cansei de ser dominada pelo 2º cérebro. Na verdade, nunca fui completamente irracional, sempre tinha alguma parte vagalumiando.
Sinto que esse é o fim e o começo do efeito da redpill, minha escrita está limitada e meu cérebro cheio de números... Quanto vale a paz? Vale menos que minha curiosidade, vale menos que a dominação de teorias intermináveis... Vale menos que o amor pelo desamor.
Pela primeira vez, as palavras não fluem... Pela primeira vez eu quero mergulhar em um poço onde não existe nada disso aqui.
O efeito da redpill corre pelas minhas veias, por todos os meus neurônios até. Sinto a dor em forma de lágrima que não cai, do sorriso que não abre, das unhas sem pintar, dos olhos que não se fecham, dos braços que não querem deixar. Sinto dor em forma do oi com dentes falsos, da falsa não-percepção, da chuva que já evaporou pra cair hoje e que já evaporou novamente.
Perdi todas as minhas conjunções, minhas palavras difíceis e meu poder de encantar escrevendo. Agora o que vejo é um rosto vazio, um sorriso separado, uns olhos encantadores. Porque mesmo estando sei esse poder de descrever coisas naturais em poesia, eu não perdi o poder de admirar o espelho porque ele reflete a minha imagem...
Talvez essa seja a primeira das últimas lamentações, ou até mesmo a última delas. Cansei da vida de lamentações e de letras desenhadas... Cansei da vida de homo sapiens sapiens sapiens sapiens, sapies.
Meu voo 815 não caiu... E é, talvez eu seja louca.
P.S.: Texto sem correção.
Cansei das coisas que me aceleravam o coração, cansei de escutar vozes da lã, cansei de ser dominada pelo 2º cérebro. Na verdade, nunca fui completamente irracional, sempre tinha alguma parte vagalumiando.
Sinto que esse é o fim e o começo do efeito da redpill, minha escrita está limitada e meu cérebro cheio de números... Quanto vale a paz? Vale menos que minha curiosidade, vale menos que a dominação de teorias intermináveis... Vale menos que o amor pelo desamor.
Pela primeira vez, as palavras não fluem... Pela primeira vez eu quero mergulhar em um poço onde não existe nada disso aqui.
O efeito da redpill corre pelas minhas veias, por todos os meus neurônios até. Sinto a dor em forma de lágrima que não cai, do sorriso que não abre, das unhas sem pintar, dos olhos que não se fecham, dos braços que não querem deixar. Sinto dor em forma do oi com dentes falsos, da falsa não-percepção, da chuva que já evaporou pra cair hoje e que já evaporou novamente.
Perdi todas as minhas conjunções, minhas palavras difíceis e meu poder de encantar escrevendo. Agora o que vejo é um rosto vazio, um sorriso separado, uns olhos encantadores. Porque mesmo estando sei esse poder de descrever coisas naturais em poesia, eu não perdi o poder de admirar o espelho porque ele reflete a minha imagem...
Talvez essa seja a primeira das últimas lamentações, ou até mesmo a última delas. Cansei da vida de lamentações e de letras desenhadas... Cansei da vida de homo sapiens sapiens sapiens sapiens, sapies.
Meu voo 815 não caiu... E é, talvez eu seja louca.
P.S.: Texto sem correção.
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