quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Medo.

Histórias surreais continuam apenas em minha mente, porque ninguém é tão forte para entender, nem tão fraco para deixar passar. Os erros de português estão ficando mais presentes, assim como meu desinteresse em tudo...
Os sorrisos que compram e sofrem... Os sorrisos apertados e programados milimétricamente estão por todos os lugares, sorrindo em sangue. O céu é um desafio a cada dia! As nuvens negras deixam tudo como deveria ser, deixam tudo da cor das tempestades.
O meu peixe imaginário continua no aquário, aonde o prendo e tiro sua inocente liberdade... Aonde escrevo seu destino, aonde assisto suas nadadeiras mudarem de cor e despedaçarem-se por todo aquário... Meus olhos piscam vagarosamente, como se estivesse entrando em transe assim como aquela vez em que do meu corpo saí por instantes. Queria que fosse verdade. Queria voltar o tempo alguns segundos para ter capacidade de escrever algo melhor, porque pela primeira vez eu estou com medo de tudo! Medo que tudo se vire contra mim, medo que meu anjo vá embora, medo que o que era bom se transforme em um demônio urbano; feito de tudo o que tenho vontade de fazer.
A cor verde é uma ilusão, deve ter algum significado... Tudo deve ter algum significado, mas eu não estou interessada agora.
Talvez eu seja apenas mais uma alma pintada no Jardim das Delícias Terrenas... Eu quero um jardim só meu, quero poder mexer minhas bonecas e formar destinos diferentes. Uma boneca de porcelana, com bochechas coradas e um olhar intimidador, que ao mesmo tempo que transmite inocência te causa medo... Uma boneca com o rosto demoníaco, com o rosto pintado como a perfeição renascentista.
Tenho medo da autoconfiança, mas não tenho medo da chuva. O que eu mais queria agora era sair daqui e esperar as gotas caírem em meu corpo monocromático, esperar as lágrimas divinas me purificarem e apenas sorrir um sorriso que não foi comprado, não foi modificado...
Faço coleção de sorrisos alheios, e a coleção está cada vez maior. E eu não consigo esperar. Não consigo planejar minhas horas futuras, mas o que estarei fazendo a dez anos.
Tenho pavor e curiosidade de ver uma boneca de porcelana quebrando, em pedacinhos assimétricos... Foi planejado por mãos humanas e pecadoras... Foi planejado por todos que pensam que veem a verdade, que queimam bonecas de porcelana em uma fogueira esperando que isso tire os espíritos maus que no mundo inteiro residem.
Os espíritos maus, são aqueles que se fingem de bons e enganam a todos. São os que falam corretamente e são preconceituosos, são os que fazem lavagem cerebral te induzindo à morte. É o que minha falta de expressão vai causar daqui a pouco...
Ainda sou eu, mas parei de procurar e esperar. Estou deixando passar tudo, enquanto eu fico no mesmo lugar enquanto eu fico planejando meu jardim que nunca existirá; enquanto planejo homenagens sem fundamento; enquanto guardo segredos sagrados...
É bom saber que eu vivo em uma obra de arte.

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