Às vezes sinto como se eu fosse mais velha do que realmente sou; não um ou dois anos, mas uma vida inteira. É como se tudo que eu tivesse vivido até aqui tivesse sido esticado e até os sons que penetram o meu cérebro parecem diferentes. O veludo parece até cortar e o cerol é que me acaricia. Se um dia eu pudesse escolher o meu rumo, não sei se mudaria alguma coisa. Porém as lágrimas que não caem nunca, seriam boas se caíssem por alguém e eu até seria boa se pudesse chorar por alguém diferente.
A uva passo nos lábios, volto décadas como se isso fosse o futuro. A luz do abajur, a inocência da televisão... Talvez eu só queira assistir mais uma vez a fita do Rei Leão no meu videocassete. Tudo o que era bom acabou, assim como pensarei dos dias de hoje e amanhã.
Se eu morrer amanhã, ou daqui a um segundo gostaria de dizer que minhas metáforas metafóricas não querem dizer nada. Mas, se eu morrer daqui a um segundo, saibam que essa não é minha carta de suicídio, pois não ficaria feliz em morrer sem ter sofrido por ninguém. Não me consola saber que posso perder tudo o que tenho, mas fico feliz por saber que ainda tenho pelo menos alguns segundos com as pessoas que eu realmente amo.
E ainda então, se eu não tiver esses poucos segundos, na minha alma estão tatuados os nomes de todos aqueles à quem eu dedico algum sentimento... Mas desculpe-me não quis dizer amor, porque amor acaba, amor trai, amor vive e viver é uma forma de estar disponível ao mercado do pecado. O que eu sinto é intransferível, incongelável, lindíssimo.
Creio eu que esse não seja meu último superlativo. Ou melhor, "queira Deus" como todos dizem.
Mas, se alguém me perguntar alguma coisa... Eu realmente não quero que esse seja meu último superlativo.
terça-feira, 11 de maio de 2010
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quero te convidar para conhecer e participar do projeto Papéis de Circunstâncias
ResponderExcluirhttp://papeisonline.blogspot.com/
Convite "_"
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