sábado, 27 de novembro de 2010
Essa noite eu tive um dos melhores sonhos que eu já tive e é como se agora eu estivesse esperando algo bom para ser tirado de mim. A vida é uma balança e tudo sempre pende pro lado ruim, ou não... De qualquer jeito, acho que esse é meu castigo: escrever sobre o que me é tirado no mesmo dia em que muito me é dado. Agora eu só perco o meu tempo escrevendo sobre o que eu não tenho mais, sobre o que eu não consigo mais fazer, não sobre o que eu consigo fazer, sentir, sonhar...
A vontade de dormir é maior do que qualquer grosseria que eu tenha feito, mas e agora? Será que eu vou ter o mesmo sonho? Será que aquela escada vai me levar ao mesmo lugar? Com o mesmo oi ignorado? Com os mesmos olhos me olhando?
O que seria da vida sem a incerteza? Mas e agora? Sobre o que eu vou sonhar? Talvez eu não queira acordar, não se o sonho for aquele.
Definitivamente, eu não vou ler tudo isso novamente, porque me dói muito ver as palavras sendo escritas sem sentido, me dói muito lembrar do Johnny Depp dizendo "lixo literário". E o pior de tudo, é que isso que eu estou escrevendo esqueceu o literário e é só o lixo, o lixo de uma pessoa com os olhos morrendo de sono, uma pessoa que tem a vida constantemente mudada por encontros de cinco segundos ou por sonhar com pessoas que nunca viu.
Mas aqueles olhos... Espero algum dia lembrar do rosto inteiro. Se eu pudesse eu viveria lá, se eu pudesse eu me trancaria em meu subconsciênte só pra viver todos os 10 segundos interrompidos pelo despertador. Se eu pudesse, eu provaria do que é ser traída pela própria consciência. Talvez hoje seja o primeiro dia de tantos anos de mudança e isso me faz sorrir tanto... Uma oportunidade e no final de tudo isso, todos os monólogos e cartas de amor sobre a tal pílula vermelha, eu descubro que o melhor pra mim seria a azul.
Eu não tenho anjos orbitanto a minha casa, eu não tenho ouro em meu cofre, eu não sei mais escrever...
Não importa mais, mas talvez eu desistiria de tudo o que eu não tenho pra ver aqueles olhos na vida.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
PRA VOCÊ NÃO GUARDEI O AMOR.
De qualquer forma, no final desse texto meu amor não é tão grande mas continua sendo alguma coisa. Amor que não morre, amor que espera, amor que espera para poder amar... Dentre tantas coisas que eu gosto, lá está você em um pedestal, suas fotos no meu armário, seu sorriso em meus olhos. Dentre tantas coisas que eu gosto, você é a que mais admiro, porque o desconhecido é tão belo e você é tão desconhecido... Eu nem ao menos sei alguma coisa...
sexta-feira, 23 de julho de 2010
O amor...
terça-feira, 11 de maio de 2010
O tempo não passa, ele pula!
A uva passo nos lábios, volto décadas como se isso fosse o futuro. A luz do abajur, a inocência da televisão... Talvez eu só queira assistir mais uma vez a fita do Rei Leão no meu videocassete. Tudo o que era bom acabou, assim como pensarei dos dias de hoje e amanhã.
Se eu morrer amanhã, ou daqui a um segundo gostaria de dizer que minhas metáforas metafóricas não querem dizer nada. Mas, se eu morrer daqui a um segundo, saibam que essa não é minha carta de suicídio, pois não ficaria feliz em morrer sem ter sofrido por ninguém. Não me consola saber que posso perder tudo o que tenho, mas fico feliz por saber que ainda tenho pelo menos alguns segundos com as pessoas que eu realmente amo.
E ainda então, se eu não tiver esses poucos segundos, na minha alma estão tatuados os nomes de todos aqueles à quem eu dedico algum sentimento... Mas desculpe-me não quis dizer amor, porque amor acaba, amor trai, amor vive e viver é uma forma de estar disponível ao mercado do pecado. O que eu sinto é intransferível, incongelável, lindíssimo.
Creio eu que esse não seja meu último superlativo. Ou melhor, "queira Deus" como todos dizem.
Mas, se alguém me perguntar alguma coisa... Eu realmente não quero que esse seja meu último superlativo.
sábado, 8 de maio de 2010
RED PILL
Cansei das coisas que me aceleravam o coração, cansei de escutar vozes da lã, cansei de ser dominada pelo 2º cérebro. Na verdade, nunca fui completamente irracional, sempre tinha alguma parte vagalumiando.
Sinto que esse é o fim e o começo do efeito da redpill, minha escrita está limitada e meu cérebro cheio de números... Quanto vale a paz? Vale menos que minha curiosidade, vale menos que a dominação de teorias intermináveis... Vale menos que o amor pelo desamor.
Pela primeira vez, as palavras não fluem... Pela primeira vez eu quero mergulhar em um poço onde não existe nada disso aqui.
O efeito da redpill corre pelas minhas veias, por todos os meus neurônios até. Sinto a dor em forma de lágrima que não cai, do sorriso que não abre, das unhas sem pintar, dos olhos que não se fecham, dos braços que não querem deixar. Sinto dor em forma do oi com dentes falsos, da falsa não-percepção, da chuva que já evaporou pra cair hoje e que já evaporou novamente.
Perdi todas as minhas conjunções, minhas palavras difíceis e meu poder de encantar escrevendo. Agora o que vejo é um rosto vazio, um sorriso separado, uns olhos encantadores. Porque mesmo estando sei esse poder de descrever coisas naturais em poesia, eu não perdi o poder de admirar o espelho porque ele reflete a minha imagem...
Talvez essa seja a primeira das últimas lamentações, ou até mesmo a última delas. Cansei da vida de lamentações e de letras desenhadas... Cansei da vida de homo sapiens sapiens sapiens sapiens, sapies.
Meu voo 815 não caiu... E é, talvez eu seja louca.
P.S.: Texto sem correção.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
NÚ-MEROS
quarta-feira, 24 de março de 2010
Sodoma
sábado, 13 de março de 2010
Homenagem.
Ela estava lendo, aparentemente inofensiva com o livro sobre a carteira. Suas mãos folheavam as páginas como se elas a ofendessem; o vento se deliciava ao encontrar seus cabelos lisos que se cacheavam ao virar de seu pescoço, limitando-os e espalhando o seu perfume cítrico. Seus olhos esverdeados criminosamente desenhados desenhavam página por página seu futuro, escrevendo assim outra história mentalmente com a malícia de suas mãos.
As unhas compridas que ela possuía pareciam arranhar o papel; seus dentes pareciam fazer seus lábios sangrar enquanto sua língua passeava silenciosa pela boca. Suas pernas ora separadas, ora juntas formavam um quadro cheio de mensagens subliminares.
Ela era o pecado! Ela era o pecado que me atraía para um poço de sangue; ela era a ponte para a inquisição que carregava nos olhos.
Suas bochechas levemente rosadas faziam com que suas palavras firmes se transformassem em canção de ninar. Seus lábios vermelhos deveriam ser proibidos e arrancados, mas nem assim seus sinais de beleza espalhados estrategicamente pelo rosto pareceriam sem valor.
Seus cabelos novamente iam para trás, espalhando sua cor castanha; fazendo-a deixar de sentir o que lia para prestar atenção no que pensava; no que tramava. Não era bom nem mau; era apenas digno de desejo de lê-lo. Eu queria saber o porquê da minha atração com aquela menina com pensamentos indecifráveis.
Fora quando lia incessantemente, nada falava em voz alta e quase sempre sabia a resposta das coisas. Ela queria ser um tesouro; ela queria que se acostumassem com sua ausência de argumentos para que fosse ouvida quando optasse pela oratória.
Seus monólogos interiores pareciam a assustar, seus olhos gritavam em glamour. Seus olhos fantasiavam, reviravam... Às vezes pareciam apavorados, às vezes satisfeitos.
Escutei-a uma vez falando algumas palavras em Inglês, em Francês... Eu a admirava, eu a desejava com toda e qualquer força que existia dentro de mim, mas essa força se tornava fraca perto daquele olhar.
Eu me sentia perfeitamente atraída a ela e ela a mim, porque ela era eu em minha mais explícita forma: éramos a mesma pessoa. Se aqui "morrêssemos" e "entrássemos" em estado de putrefação; nasceria uma linda flor de Narciso.
P.S.: Texto em homenagem narcisista à mim - é claro.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Medo.
Os sorrisos que compram e sofrem... Os sorrisos apertados e programados milimétricamente estão por todos os lugares, sorrindo em sangue. O céu é um desafio a cada dia! As nuvens negras deixam tudo como deveria ser, deixam tudo da cor das tempestades.
O meu peixe imaginário continua no aquário, aonde o prendo e tiro sua inocente liberdade... Aonde escrevo seu destino, aonde assisto suas nadadeiras mudarem de cor e despedaçarem-se por todo aquário... Meus olhos piscam vagarosamente, como se estivesse entrando em transe assim como aquela vez em que do meu corpo saí por instantes. Queria que fosse verdade. Queria voltar o tempo alguns segundos para ter capacidade de escrever algo melhor, porque pela primeira vez eu estou com medo de tudo! Medo que tudo se vire contra mim, medo que meu anjo vá embora, medo que o que era bom se transforme em um demônio urbano; feito de tudo o que tenho vontade de fazer.
A cor verde é uma ilusão, deve ter algum significado... Tudo deve ter algum significado, mas eu não estou interessada agora.
Talvez eu seja apenas mais uma alma pintada no Jardim das Delícias Terrenas... Eu quero um jardim só meu, quero poder mexer minhas bonecas e formar destinos diferentes. Uma boneca de porcelana, com bochechas coradas e um olhar intimidador, que ao mesmo tempo que transmite inocência te causa medo... Uma boneca com o rosto demoníaco, com o rosto pintado como a perfeição renascentista.
Tenho medo da autoconfiança, mas não tenho medo da chuva. O que eu mais queria agora era sair daqui e esperar as gotas caírem em meu corpo monocromático, esperar as lágrimas divinas me purificarem e apenas sorrir um sorriso que não foi comprado, não foi modificado...
Faço coleção de sorrisos alheios, e a coleção está cada vez maior. E eu não consigo esperar. Não consigo planejar minhas horas futuras, mas o que estarei fazendo a dez anos.
Tenho pavor e curiosidade de ver uma boneca de porcelana quebrando, em pedacinhos assimétricos... Foi planejado por mãos humanas e pecadoras... Foi planejado por todos que pensam que veem a verdade, que queimam bonecas de porcelana em uma fogueira esperando que isso tire os espíritos maus que no mundo inteiro residem.
Os espíritos maus, são aqueles que se fingem de bons e enganam a todos. São os que falam corretamente e são preconceituosos, são os que fazem lavagem cerebral te induzindo à morte. É o que minha falta de expressão vai causar daqui a pouco...
Ainda sou eu, mas parei de procurar e esperar. Estou deixando passar tudo, enquanto eu fico no mesmo lugar enquanto eu fico planejando meu jardim que nunca existirá; enquanto planejo homenagens sem fundamento; enquanto guardo segredos sagrados...
É bom saber que eu vivo em uma obra de arte.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Traição.
Vejo meu café se transformando em água e a minha madrugada se transformando em fim de tarde; vejo o que era bom se tornando mau e o que era insignificante, tornando-se traição. O que é traição? Minha mão pesada faz par com minha consciência, mas até quando andarei com o sorriso no rosto? Até que ponto é traição?
Traição... Trair... Até o amor é vulnerável, ou talvez a vulnerabilidade esteja tatuada na palavra amor. Amor, talvez nunca acabe; mas o esquecimento é a parte vulnerável. Talvez eu seja um cavalo de Tróia já que minha mão está balançando o berço e criando metáforas... Minha mão está desejando o que não é meu a todo instante.
Até aonde vai o desejo que não sinto? Até aonde vai a verdade que não sabem? Até aonde trair tem sentido?
Traição por falar as palavras que quer ouvir, e ter ouvidos crédulos; traição por falar que queres ouvir o que realmente quer ouvir; traição por ter acreditado na mentira que seria verdade se eu não existisse.
Traímos as nossas verdades todo o tempo, negando, omitindo, querendo que não seja verdade... Mas até que ponto as mentiras existem? Se você pudesse estar com qualquer pessoa agora, você escolheria a mentira; escolheria continuar com um jogo infantil enquanto te enganam... A mentira talvez seja prazerosa, pois viver uma ilusão é bem melhor que sentir o sangue que dos olhos quer escorrer, e das lembranças da vida que você poderia viver.
Eu não me arrependo, porque talvez tudo o que eu realmente quisesse, fosse apenas atenção... Talvez seja o verão ou o inverno. Talvez a perdição reflita em olhos que olho.
Prefiro o meu mundo de "talvez" duvidoso, talvez verdadeiro... Do que um mundo de pessoas insubstituíveis que te substituem ocultamente.
Talvez seja por isso que eu tenho dificuldade em dizer as palavras que expressam os sentimentos que deveriam ser os mais bonitos. Ainda tenho minhas dúvidas... Ainda tenho tudo o que eu tinha antes. E agora decidi que elas serão em breve destruídas.
Talvez seja por isso que eu quero ser psiquiatra, para fazer auto lavagem cerebral, selecionando assim só os sentimentos e sensações que não traiam umas as outras.
Talvez aprender a falar eu te amo seja apenas um detalhe dispensável, porque quando realmente demonstramos o que sentimos o muro do respeito desaba, permitindo assim a criação de situações propícias à muitas traições.
Tenho ciúmes das minhas músicas e das minhas ideias... Tenho ciumes do que eu faço, mas... Até aonde posso levar isso em consideração? As pessoas me traem em todos os momentos, e é por isso que eu vou parar de negar meus nomes.
Meu nome é... Giovanna, mas talvez esse não seja apenas meu nome. Talvez seja um esconderijo para tudo o que eu sinto porque um dia vi e por tudo que vejo por que um dia senti.