sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Oração cética!

Que a "Bem-Aventurança" tome conta da sua vida, assim como eu queria que preenchesse o meu ser. Que você não saiba da verdade, pois a cegueira muitas vezes te dá mais benefícios do que a verdade ardente que lhe corroeria por falta de luz. O meu erro foi acreditar que eu era auto-suficiente, até que minha arrogância me castigou.

Cansei de escrever em dissertação e de pensar que eu sou sozinha no universo. Eu percebi que eu perdi tudo o que eu tinha. E por que eu não te sinto agora? Por que você não está aqui comigo? Talvez porque eu tenha parado de te procurar fisicamente, mas enquanto eu falo para todos que não preciso de ti, minha mente desmente tudo o que falo. Por favor! Faça-me acreditar em você! Eu estou clamando e essa pode ser minha melhor oração. Minha oração cética, minha oração sem sentimento.

Eu preciso de você, e onde estás? Eu sei que você não me queimaria em uma fogueira por ser o que sou e sim por ter te abandonado. Eu sei que ainda existe esperança e "Bem-Aventurança" em mim, eu sei que... Eu não tenho palavras, eu peço desculpas por desconfiar de ti. Eu peço desculpas por ser o que sou, peço desculpas pelas lágrimas que não caem de meus olhos agora.

Peço desculpas por não acreditar em você. Assim como não acredito. Só quero ser leal com você, só quero que saiba que eu não queria contribuir. E por que me abandonastes? Por que eu tenho que sentir essas sensações horríveis que parecem que nunca vão passar? Eu não tenho motivos aparentes para revolta, mas por dentro o fogo me corrói sem ao menos viver na época da inquisição. Não estou feliz em meu inferno particular, nem no derretimento de meu cérebro toda vez que eu lembro que o que eu quero é errado. Todas as vezes que eu lembro que você me colocou no mundo assim sem ao menos eu acreditar em você!

Mas mesmo assim, agradeço por ser tão bom comigo... Por me dar este dom. Dom esse que agora estou usufruindo sem ao menos saber o porquê.

Tentei chorar, mas sou muito forte para isso. Por favor!!!!! Faça-me fraca! Faça de mim sua obra mesmo que ela seja muda.

Tanto texto e eu só queria te sentir agora, eu só queria poder... Converse comigo! Isso é uma ordem. Desculpe por eu ser arrogante agora, mas eu preciso de você. E você não vem, você não desiste de me fazer sentir longe... Eu ainda estou viva, mas eu queria ser apenas um espírito para vagar contigo entre a imensidão iluminada aonde não existiriam maldade, nem fome... Não acredito que a promessa da terra prometida sirva para mim. Mas, eu queria que fosse. Eu queria acreditar em ti com todas as minhas forças, mas eu não posso. POR FAVOR! Faça um milagre aqui, óh milagroso. Mostre-me o caminho, mesmo que mostrasse não tenho certeza se eu iria te buscar.

Estou sentindo isso pelo meu egoísmo, mas eu te imploro, suplico, clamo: Me salve, se tens poder; me tire, me tripudie. Mas me faça acreditar em você com todo o meu pensamento, cegamente como eu deveria acreditar.

Por favor, essa é minha melhor oração para você! Tire-me daqui, me liberte! Não foi com o coração, foi com desejo de sentir única.

Se teu filho morreu por mim, por que eu não posso te sentir? Se você viu seu filho sangrar em uma cruz, talvez queira que aconteça isso comigo também. Pois então que assim seja. Estou começando a sangrar agora sem a sua presença, por favor, esqueça meu egoísmo e venha me buscar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Janelas

Odeio tudo o que me lembra você, talvez eu me odeie toda vez que olho para as tatuagens invisíveis que você me deixa toda vez que eu relembro o quanto você é irreal. Se você existir, por favor... Eu durmo com a janela aberta e com o coração acelerado. Se você não existir, convido-te a aparecer como um holograma que me faça sentir ao menos um pouco menos... Eu. Se você for de natureza híbrida, convido-te a sentir as mesmas sensações que me aterrorizam.
Torço para que o você em quem procuro esclarecimente para minhas dúvidas só exista enquanto pensamento, porque se você realmente for quem eu penso... Ficarei muito tempo dormindo com a janela aberta.

sábado, 21 de novembro de 2009

Quente e fria.

Não, o processo de fotossíntese não ocorre comigo. Eu não preciso no sol a me escaldar e eu não sou presa fisicamente em um lugar só.
Cada vez mais, sinto a teia de sua voz que em minha mente ecoa incessantemente. Interessante, eu falo das vozes que escuto, elas me atormentam mesmo sendo mudas, me incomodam por não ter timbre definido, me perseguem por eu ser fraca... Ou resistente.


Me peguei esquecendo que eu tinha desistido. Peguei-me começando do zero; com as mesmas esperanças e a mesma bondade. Altruísmo! Talvez eu queira apenas o bem alheio. Eu não deveria estar pensando tanto, mas por que comigo é tão diferente e agudo?
Minhas ideias estão mudando, mudando apenas o percurso a qual andam, caminham, chutando as pedras e os acúleos que atrapalham tripudiando da minha falta de destreza. Mesmo com todos os obstáculos, ainda sigo sua voz que me atrai violentamente, fazendo-me ignorar todo o resto.
A minha história escrevi e por escolha o protagonista não sabe que papel atua. É como se o motorista não soubesse que está dirigindo e os passageiros extasiados gritassem de prazer a cada vez que o veículo se locomovesse mesmo se percorresse apenas centímetros.
Até agora, tudo parece bom e bonito. Mas, e quando eu começar a questionar os erros? E até os acertos se transformarem em erros?


Somos todos seres humanos até que provem o contrário...
Estou me admirando; encolhida; encostada na cabeceira da cama; com os olhos quase fechando. Poucas palavras poderiam me despertar... Despertar-me desse pesadelo que as vezes tem ilusões de sonhos. Despertar-me do desconhecimento sobre as alucinações que eu teria se eu pudesse provar da doce pimenta que faz meu coração bater inocentemente. Inocente é o que faz meu sangue bombear não o que bombeia meu sangue. Inocente não é o que eu quero ouvir nem ver, pois as vertentes puras roubam quem eu realmente sou.
Sou construída de veneno, feita para mudar de opinião. Meus olhos agora experimentam a visão que minha mente transmite. Vejo você lendo o que eu escrevi não tendo a ideia de que meus olhos reviram e minha boca umedece, pelo simples fato de você não saber disso.


Não falo sobre pecado, sim sobre a decência que as pessoas deveriam ter de sentir seus sentimentos acentuados. Quente, quente, frio, frio! O que você prefere? Agir ou pensar? Ignorância ou conhecimento? Instinto ou autodomínio? Quente é isso; agir por impulso, sem analisar, sem dar ao menos chances de o gelo arrogante boicotar sua esperança. Quente é não pensar em conseqüências medíocres, quente é o querer possuir algo que não se tem, quente é a pureza de sentimentos nítidos que são sentidos até incendiar a carne e encontrar refúgio nas labaredas e queimando ir até escrever meu nome com cinzas.


O que me sobraria, seria o gelo sóbrio a gritar e se revirar, assistindo minha carne contorcer, implorando por voltar o tempo e ter a chance de desistir de verdade ao invés de apenas tentar enganar o destino.
Foi preciso a desistência para notar que minha carne derreteria. Mas, não seria bom ter minha carne queimando e por instantes pensar que não preciso de mais nada? O que é bom? Pelo menos para mim, o bom é sentir o gelo ou o fogo, cada um de uma vez, intensamente. Para que eu não me arrependa de ter queimado e provado do delicioso gosto do perigo, que me faria rir lembrando que eu cheguei a pensar que tinha uma caixa de gelo no lugar do coração.


Acho que isso foi o recomeço, o renascimento.


O derretimento da minha caixa de gelo é infinito e o que toma conta agora são apenas faíscas que futuramente virarão fagulhas e farão meu eu.
Fico feliz por ser gelo, fico feliz por ser fogo, mas acima de tudo fico feliz por ser humana e o suficiente para sentir cada um de uma vez só, como o sangue que do meu peito jorraria se uma facada levasse ou como meus olhos têm o poder de revirar com simples palavras que não são ditas por ninguém.


Agora sou quente, porque mesmo eu sendo fria, os meus sentimentos eu sinto ardentes, assim como as gotas de água de minha caixa de gelo caem... Mas, pelos olhos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Desistência

Eu estava lendo meus textos e enquanto lia só vinha um nome e um desenho de rosto em minha mente. Essa não vai ser a primeira vez em que desisto, mas, talvez eu nem saiba do que estou desistindo.
Senti-me mal pensando que eu desisti faz tempo, me senti mal descobrindo que alimentei um fruto morto todo esse tempo.


O meu erro é como agora e sempre me preservar do inevitável, querer o possível mas me privar ao máximo, até que a dor corroa todos os sentimentos que eu tinha possibilidade e esperança de sentir.
Desistência? Desistência do que? Desistência dos sentimentos bons e do coração acelerado; das lembranças coloridas futuras... Desisti até mesmo de ter esperanças!


Desisti mentalmente; desisti de ser; desisti de querer saber e de me interessar por algo.
Acontece assim sempre, por que não agora? A sensação de algo insubstituível sumiu.
Eu sempre sinto em silêncio. Eu cobro a intensidade que não mostro. Eu não sei o que eu queria ser ou mostrar, talvez eu não tenha dado vazão a um cadáver. Talvez esse seja o jeito de o "amor" que em mim habita se manifestar em forma de dor e de impossibilidade.


Não há nada mais bonito que a desistência e a privação. Mesmo com essa explosão de sentimentos e de compaixão, não deixo de me adorar enquanto me olho no espelho.
Todos têm a chance de mostrar seus sentimentos. Mas, quais são minhas armas? Minha arma é essa; mostrar o que não tenho ou tenho aqui. Fazer você sentir exatamente o que eu quero que você sinta. Porque eu tenho esse poder, eu sinto que eu posso fazer nascer água em sua boca e fazer essa mesma água virar ácido que te corrói, mas te alimenta. Eu poderia até tentar, mas agora sinto isso fraco e impotente pela incerteza.
Minha cura seria a mesma que a tua, beber da água de tua ira e aproveitar da sua falta de conhecimento sobre mim.


Eu queria só ter a chance de te fazer flutuar enquanto pensa que domina, só queria sugar a sua alma instantaneamente enquanto na fúria pensa que raciocina. Só queria provar da água que me satisfaria mais se fosse ácida e se rasgasse o que por dentro tenho. Eu só queria ter a chance de apostar, para ver se acreditas que minhas palavras te levam aonde eu quero que você vá e quando eu quero também.
Só quero que saiba que minhas palavras têm poder de transformar o branco em vermelho e o céu gentil em trevas.


Eu poderia te destruir e da sua ruína construir minha imagem, que se degradaria aos poucos lembrando que eu não queria destruir pessoas que não tinham vontade de me destruir pelo que sou. Eu poderia tentar te destruir com menos de cem palavras sussurradas, mas que graça teria?
Eu posso fazer você nascer em outras dimensões e explorar a sua mente enquanto ela clama e sussurra por misericórdia, mas não por um fim...


Quem é "você"? Acho que essa é a pior pergunta de todas... Pois não se fui clara o suficiente para mostrar que a única pessoa à qual eu endereço meus textos não é ninguém exceto eu.
Eu poderia me destruir se desistisse, ou não. Mas, no fundo eu quero ver minha ruína para dela agir irracionalmente e... Curar-me!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cruz

Os meus pensamentos estão embaralhados, mal consigo escrever; a euforia e ansiedade acelera o meu coração a ponto de explodir em forma de alegria e pintar o meu mundo.

Taquicardia! Acho que as frases do verso do papel de bom-bom fazem sentido agora. Mesmo que a criança tenha roubado o meu doce incerto, mesmo que eu esteja confusa... Estou eufórica. Estou cheia de esperança em alguma coisa que eu ainda não sei.

Para isso ainda não inventaram um nome, um nome que explique tudo isso. O meu relacionamento com pessoas melhorou, principalmente se essas têm o mesmo sangue que por minhas veias correm.

Mesmo assim em meu mundo colorido estão aparecendo manchas negras que tentam impedir minha felicidade temporária.

A sensação de nostalgia as vezes me visita, as vezes me abandona em meu antigo mundo. As lembranças claras e escuras se misturando e me diluindo em poços de lamentações como se eu fosse algum pó insignificante.

Eu me pergunto o porquê; pergunto o plural deles também. Pergunto quem sou, se sou a ou b, se sou c,d,e,f,g,h,i,j ou k. Pergunto se sou eu quem vive nesse mundo e se sou eu quem vive nesse mundo e se sou eu quem escreve e observa a tinta da caneta que vem a tona na folha de papel, que, inocente se transforma no que eu quero ser e com quem eu quero estar.

Eu me pergunto quanto tempo mais eu ficarei sem destinatário para meus textos, me pergunto por que eu, por que você, por que platônico.

Em uma vida de "por ques" qualquer chance de resposta é venerada, qualquer esperança perdida é esperança. Esperança em que? Mudar? Talvez eu não queira ou talvez eu não queira admitir.

Deve ser difícil para alguém como eu tentar ser alguém! Não ligo para a ideia alheia, então por que eu me preocupo tanto? Eu gosto do que vejo e não do que sinto. No espelho vejo alguém sorrindo e pessoalmente sinto as rachaduras tomarem vida própria e aos poucos me derrubarem com uma rasteira de emoções que não me permitem respirar.

Eu poderia morrer por você, e esse você sou eu. Novamente.

Não vejo graça fora do meu corpo e mente além da graça que vejo no incerto. Incerto esse que faz meu coração bater inquieto, por medo ou apenas por... CONFORTO? Será que sinto tudo isso apenas por comodidade? Fuga? O que? Sou tão fútil assim? Eu sempre gostei e admirei o mais difícil e agora descubro que a ilusão de dificuldade era falsa. Tão falsa quanto o que eu passo, tão falsa quanto eu seria se fosse verdadeira.

A única coisa que eu não quero é me desenganar e no leito de minha morte abandonar o espelho que é tão sagrado por mim.

Tão amargo quanto açúcar, tão doce quanto sal. A tempestade que chega é da cor dos olhos que eu queria olhar e da cor do céu colorido com minha alegria que acaba de chegar poluindo a vida alheia.

Pessimismo com otimismo e realismo, é assim que eu sou ou deveria ser. Não posso afirmar o que não tenho certeza, não posso ser feliz invejando a imagem que o espelho reflete.

Transformo as pessoas em monstros, me transformo em cordeiro, pois sou... Pois não sou, pois não sei! Não tenho ideia de um futuro melhor e estou prestes a revelar um segredo que pesa em meus ombros.

Eu brindo um cálice de lágrimas à minha cruz sagrada que grita a procura de um lugar menos egoísta; que grita para ser mostrada. Me fazendo latejar, me fazendo sussurrar e gemer de desconforto. Me fazendo ser eu por instantes, me fazendo questionar o "EU", o "VOCÊ" e o "TUDO".

Sinto muito mas estou atrasada para o que vem e adiantada para o que vai. Sinto muito por ter nascido deste lado do espelho.

Se nem o espelho tem explicações para refletir a imagem, por que eu teria?

Só não tenho respostas para minhas perguntas e nem perguntas para minhas respostas feitas de mentiras que tento acreditar.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

I COULD DIE FOR YOU

É, não existem combinações de palavras que eu possa colocar no cartão postal, nem combinação de palavras que eu possa escrever aqui para descrever.

Tudo parecia tão bonito, eu estava me recuperando, sem espelho, sem ego... Mas tudo acabou e eu voltei a ser a criança pobre observando a vitrine repleta de brinquedos caros e como sempre sem esperança de poder ter oportunidade de usufruir deles.

Os brinquedos que observo são como destruição, algo que me domina, que me deixa insegura... É o medo de que não me vejam como eu me enxergo no espelho. Uma imagem perfeita, por dentro e por fora, a paixão que eu tenho por mim é muito maior do que por qualquer outra coisa e talvez essa seja a explicação para muitas coisas.

Antes eu tinha a necessidade de lembrar, agora não suporto as músicas que escutava para ter tal resultado. Antes eu tinha confiança, agora a confiança está caindo pelo vão dos meus dedos como se fosse água. Mas ainda ficam as gotículas que teimosas insistem em implorar para que eu não desista, para que eu não acorde desse sonho aonde eu não sou a jogadora principal.

Enfim, não tem o porquê eu alimentar um sonho que não é meu. Não existe um motivo para isso. Mas, aqueles olhos deveriam ser motivo suficiente para ignorar o resto do mundo pouco gentil, ignorar a imagem que vejo no espelho, ignorar as vozes da minha cabeça, ignorar todas as vozes.

Eu estava enganada sobre fazer real, não acredito que eu tenha esse poder... Mas, a falta de esperança me manteu viva até agora, me deixou tanto tempo respirando e desistindo de qualquer coisa e agora eu percebo que não teve importância alguma.

Dessa vez é diferente! No instante em que eu li tudo o que eu estava procurando, percebi que eu já tinha encontrado em alguma forma em um eu diferente. Eu precisava de alguém que lesse meus sorrisos, minha mente, minhas atitudes. E agora isso é muito mais do que eu posso aguentar.

Então, apenas sorria pra mim, enquanto me vê sofrer. Sorria pra mim, enquanto eu estou perdida em um poço escuro de luzes coloridas... Sorria pra mim, enquanto eu aos poucos estou deixando você ir e entendendo que essa vida não é pra mim.

Hoje eu vou a mais uma sessão de torturas intermináveis. Não sei quanto tempo vai durar, a surpresa vem de fora e... Aos poucos vou entendendo de falsidade e de desamores.

Eu queria ser inatingível, imortal... Acho que consegui essa sensação, mas ela passou rápido. Não preciso de mais ninguém se eu apenas deixar ir, deixar a minha mente ir a algum lugar menos errado para que o erro não se repita.

Eu virei uma pessoa melhor, mas essa sensação de bondade não durou muito. Eu só preciso de espelhos para lembrar quem eu sou, só preciso de espelhos para que eu me perca em idolatria... Eu só preciso de você para me escutar enquanto eu estiver triste e a me ensinar a olhar o espelho sem culpa.

Foi sempre assim, eu poderia não ter adquirido os meus problemas. Livre arbítrio. O cenário apocaliptico que vivo foi minha escolha, assim como as cores que vejo.

Acho que minha red pill está ai, e eu não tenho a chance de tomá-la. Só posso ficar observando, como quem não quer nada, fingindo que não me machuca todas as vezes que sinto que ela não me pertence. Finjo que não me pertence todas as vezes quando eu sei que outra pessoa está vendo a realidade.

Essa sou eu, estou aqui, e they don't luv u like i do!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Escolhas

Eu acredito que se eu pudesse escolher, eu escolheria ver o dia lindo outra vez, ou também fantasiar às custas das fantasias de alguém próximo.

Nunca provei da sinceridade e agora vejo que ela não foi feita pra mim. Talvez eu tenha provado e sem perceber ela tomou conta de algum espaço dentro de minha “alma”, isso explicaria esse sentimento de culpa. Estou traindo as minhas palavras mentalmente, eu que falei e condenei isso.

Pode ser um erro, amor não é; só pode ser capricho. O gramado do vizinho sempre foi menos verde que o meu, mas agora, vejo parasitas em meu gramado o sugando a vida, o sugando a razão, o sugando os princípios.

Eu precisava de uma colher de açúcar, eu precisava, eu implorava... Talvez eu esteja sentindo isso pela solidão, pela dificuldade, pela diversão, pela simplicidade; ou por ser apenas mais do que uma colher de açúcar, a morfina que amortece minhas feridas, a imaginação de dias que passam em segundos. Eu não quero aprender a ser mesquinha e amarga, quero ser doce como a colher de açúcar que estou escolhendo nesse segundo sem levar em consideração a diabetes que toma conta do meu cérebro.

Estou acostumada com amores platônicos, mas este eu posso fazer real. Só preciso decidir se isso é um capricho e se eu estou pronta para destruir minha imagem e o “coração” de algumas pessoas. Eu sou egoísta! Cheguei a esta conclusão avaliando meu comportamento e ficando enciumada por algo que não me pertence.

Isso não é amor, nem paixão... Isso é só carência, é a ilusão de sempre ter os outros em minhas mãos sumindo, é um corte em meu ego que sangra em forma de lágrimas que caem de meus olhos.

Entre o fácil e o difícil eu sempre escolho o degradante, o venenoso, o doloroso. Talvez porque as amizades são talvez porque assim elas deveriam ser.

É sempre mórbido, surdo, abafado. Os gritos que só os meus travisseiros escutam e as lágrimas que só eles conhecem algum dia me farão feliz, não por capricho, não por carência, mas, por amor.

Os meus sonhos, são “sonhos” até que executados, depois se tornam um horrível pesadelo. Sempre foi assim, sempre será? A resposta eu não sei, só sei que o que eu sinto dói em um sorriso falso estampado em meu rosto, entre incentivos amenos que escondem a raiva do meu ego.

Agora meu sonho tem sentido, enquanto minha língua é perfurada por meus dentes afiados, apenas por castigo e por falar que nunca beberia desta água que me está entrando pela boca e me refrescando a mente, em forma de vários sinais que gritam incessantemente em nome de minha carência.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Roller

Diferentes dias, diferentes pensamentos, diferentes pessoas, diferentes diferenças... Nunca simpatizei com insetos; borboletas, mariposas, etc. Mas metamorfose não é ruim: ficar algum tempo isenta de luz, conversas, ignorâncias, opiniões diferentes. Eu já fiquei, mas não o tempo necessário para ser outra esteticamente, apenas aprimorei meus pensamentos e pelo menos agora eu consigo entender um pouco de mim.

Para analisar que os psicanalistas são pagos, talvez precisemos apenas assumir certo erro para a culpa sumir e tal erro evaporar e ao contrário da chuva nunca mais cair. Ou talvez assumindo seria um jeito de fazê-lo verdade mesmo não sendo. A verdade é o que acreditamos, não importa se verdadeira ou não. Então isso me perseguiria para o resto de minha até então chamada de "vida" na Terra.

Descobri que eu invejei o nada até agora: liberdade eu tenho; posso dançar, rir, sair, etc. Nasci ótima como todas as crianças saudáveis. Desde pequena com lacunas à serem preenchidas com respostas que há 15 anos não existem, talvez tenha existido em alguma frequência e eu não tenha notado, talvez a resposta esteja aqui ou em qualquer lugar em que eu me mova.

Olho para todos os lados, agora, aqui, em frente ao mar ou até mesmo minha perna movendo-se incessantemente com as rodas no chão, talvez minha mão escrevendo, transferindo minhas ideias vagarosamente eternize-se em algum universo e fique repetindo infinitamente. Assim os próximos segundos ficariam presos em outra frequência, todos os segundos se ligariam para formar o que eu vivo. Eu seria uma simples ligação de segundos repetindo infinitamente.

Talvez em algumas dessas dimensões eu esteja sendo feliz agora, talvez eu esteja pensando o que quero pensar agora, não por querer mas por instinto.

As consequências do que é errado não são fáceis justamente porque todos pensam que é errado. Certo..? Errado..? Como dizer o que é o que? Para mim o certo e o errado não existem porque todo ato tem uma consequência e isso vai ser primordial. Para explicar tudo isso; temos o nome DESTINO.

Acredito que meus segundos futuros já estão feitos, em outra dimensão, ou a explicação que causaria menos indignação seria que isso é chamado de tempo. Não podemos apagá-lo, e os momentos são imortalizados em nossa memória, sendo revividos incontavelmente. Até quando isso parar, ou talvez não...

Minha vida acabou de ser testada, estou bem; nada fugiu do controle nem de suas coleiras.

Continuo viva, pouco em frente ao mar, pouco na calçada, vou deixando meus pedaços imaginários na cidade e na memória de pessoas. Transparente como água.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Cátions, ânions e eu.

O problema em ser um ânion é não poder ser um cátion.

Ânions são preguiçosos, não menos importantes, mas permanecem imóveis, passivos, inexpressivos. Não fazer nada me causa dor, fere minha mente como um zumbido em meus ouvidos. Não tenho tempo de conversar então eu só leio e escrevo, ninguém que valha a pena ouvir o que eu tenho à falar se importa ao menos.

Egoísmo, egocentrismo, qualquer denominação se encaixa. Hoje e sempre o atraso me perseguindo e armando emboscadas para voltar a meus "primeiros" conceitos.

Enquanto tudo é tão errado; Ânion e cátion, rosa e azul, preto e branco. Eu só queria ter uma ligação covalente.

Compartilhar de um mesmo elétron, compartilhando algo instável. Os dois átomos precisam de alguma coisa, ajuda e recebe ajuda; não por egoísmo, sim porque é inevitável como imãs em pólos diferentes se atraem e imãs de pólos iguais se estanham.

Não precisa ser certo, não precisa ser bom. As mãos que do pecado desfrutam, do pecado vivem e do pecado escrevem continuam aqui.

Pessoas desconhecidas com ideias escritas em suas frontes. Eu não sou vidente, sou apenas eu! Entenda.

A decadência veio me buscar e estou tentando resistí-la. Passeando entre sensações erradas, não preciso culpar mais ninguém.

Não quero ir, mas tenho.

Infelizmente eu sou assim e continuo feliz.

O sofrimento de quando penso é muito maior que qualquer ignorância. As gotas caem, palavras torpes por todos os lados. Detectar estupidez não me faz menos estúpida, nem mais feliz, nem menos morta...

É só fechar a porta quando sair. Se eu não estivesse enraizada, acompanharia até o fim. Se terminasse...

Continuo aqui, depois de muito tempo a inspiração volta derrepente como se fosse o primeiro texto.

Continuo aqui, com mesmas ideias apenas expressadas de outras formas.

O problema em ser você: é não entender o que eu escrevo da forma certa... Porque só eu sei o quanto é difícil, mesmo sendo fácil.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Aproximação.

Vocês não são frutos da minha imaginação, sim do meu ponto de vista. Eu observo e julgo mentalmente qualquer coisa e ninguém nunca descobrirá ninguém está me vendo agora. O que me condenará será minha consciência. APENAS.

O que para você é importante? Eu estou familiarizada em esconder segredos, de você, de mim... Ninguém me conhece mesmo eu contando tudo entrelinhas. Parabéns! Minha inexpressividade é tão expressiva que todos vão até o ponto principal: quando os importantes são só os detalhes.

Detalhes, entrelinhas, idiotices, sinônimos... Tudo isso talvez não tenha propósito. Eu erro, mas não tanto. Eu sou apenas imortal enquanto estou viva.

Algum planeta invadiu minha órbita sozinha, tamanho invasão que agora não me deixa sentir o que eu quero. Eu preciso sentir aquelas sensações de novo mas não vejo meios.

Descobrir os porquês e dar sentido ás coisas não é uma tarefa fácil para mim, não estou acostumada com o silêncio mental então isso se torna divertido.

Observar, observar, observar...

A paisagem muda a cada dia, não têm animais na minha rua, a neblina cobre tudo... Algo me para prevenir, algo para contaminar?! Nunca sei, queria só um pouco de alguma coisa indefinida para me sentir um pouco mais viva.

Olhando todos, conhecendo todos mesmo com ninguém lembrando de mim. Isso é bom, eu ouço, vejo, imagino; mas, no entanto, ninguém sabe quem eu sou.

Eu só quero sentir a água por aí surgindo, como se não tivesse pressa, como se não se importasse. Só quero sentir minha mente mais leve, meus pensamentos voando, sem hora para tomar consciência ou até mesmo despreocupada com a red pill.

Só quero qualquer que me tire daqui...

Só quero algo para sentir meu corpo melhor, minha mente.

Eu sei que tudo não foi em vão, eu ainda conseguirei o que eu quero e ser diferente não está na lista. Estou me recuperando agora, pensando em coisas divertidas, coloridas... Vejamos o que acontece.

Sou só cheia de dúvidas tentando achar explicações.

Estou aqui, não sumi, não fui sugada, não estou certa.

Estou pensando em morte, em caixão. Na verdade cometendo o pecado de desejá-la para alguém, não vou mais cometer este erro. Se acontecesse ter um escudo para refletir meus desejos como um espelho traiçoeiro, não suportaria a presença de alguns.

Não quero ser mais só uma não quero desejar o mal, não quero ser também. Eu só queria ser normal.

Voltando ao assunto, revisando, a normalidade não me agrada! Eu quero ser eu, o sujo, incerto, inerte, misterioso, pretensioso, luxurioso, inteligente, frio, quente, triste, amargo, sem nexo... Eu quero ser todas as coisas que me tragam pensamentos bons.

Tantas coisas me mantêm viva! Por que um veículo não me atinge? Por que eu não caio de cabeça? Por que eu não estou morta? Porque eu estou viva e mais viva do que nunca, decidida a mudar tudo isso começando por agora.

Outros pontos de vista, não falando sobre morte. Não sei por que, mas acho que ela está próxima, assim como próxima de todas as pessoas que sobrevivem neste lugar sem nexo chamado de Terra.

Estou aqui, acordada enquanto não dormir... Para sempre!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ice Cream

Eu não estou me enquadrando, eu não estou conseguindo pensar muito em assuntos diferentes.

Minhas noites continuam sendo longas e obtenho muito progresso. Não terei ninguém em casa, poderei pensar livremente pelo sofá, estender meu corpo e então desligar a minha mente, sem receios, sem medos, o momento em que não pensamos em nada, o momento em que não conseguimos isso virá em breve e eu ficarei feliz mais uma vez.

Ice Cream, eu estou mesmo tendo muito progresso... Ou melhor, o meu progresso é natural, natureza, instinto, algo selvagem, indominável que sempre esteve ali e eu ignorei. Talvez o problema seja que coisas normais não me agradam, ou me agradam em demasia. Estou virando normal com anormalidades.

"[...] A morte talvez seja um sonho bom e que o medo tome ao pensar em despertar, igual ao conceito de morte para quem vive. Ou talvez a morte seja puro sonho, misturado com a incerteza do despertar. Despertar então seria a pior coisa, ou talvez, a melhor."

O salário do pecado é a morte.

A morte seria o fim da esperança, o fim das boas e más sensações. O fim do que faço. O fim das escritas cheias de felicidade transformada em dor.

Esse seria o meu salário.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Inercia flutuante

Vi a mais completa das belezas por uma simples janela. Tudo tão lindo, as nuvens formando o mar, cachoeiras... Desenhos perfeitos formando lindamente a mais linda paisagem já vista, foi como se eu tivesse acostumada com aquilo ali, como se fosse uma lembrança não uma novidade. Como se isso fosse meu cotidiano, como se toda a minha vida fosse aquilo.

Imaginei retratos de pessoas que não conheço, enquanto me perdia em histórias felizes. Venho me sentindo estranhamente feliz ultimamente, espero que o paraíso esteja me esperando para mudar, espero que o paraíso esteja me esperando para completar o sentido. Meus olhos agora estão mais claros, observando qualquer átomo a minha volta querendo explicações como sempre; mas não com um ponto de vista mau.

A clareza toma meus sentidos e a minha percepção não é ruim. Agora eu sei o que eu quero, e meus pensamentos não são autodestrutivos desta vez. Faíscas de esperança sem sentido invadem uma parte significativa de meu raciocínio, mas essa espécie de esperança não me destrói, nem causa nenhum tipo de má expectativa. Vivo em dois pólos diferentes e em tempos diferentes, alterando entre bom e mau humor, esperança e autodestruição.

Algum outro rítmo mudou meus pensamentos, e ninguém conseguirá destruir isso. Mesmo o desejo de ser infeliz, deprimida, mesmo todas as perguntas, mesmo com toda a saudade do que eu não conheço, mesmo com toda a escuridão pendente... Por que não podemos ignorar o que é racional? Por que temos que ficar imaginando possibilidades de futuros melhores sendo que agora é o futuro?

Vou desligar meus pensamentos por instantes, enquanto a felicidade me alcança. Mesmo que a amargura esteja caminhando por perto, eu preciso de algum tempo liberto observando o quão sem dor a minha vida pode ser.

Quando você tem uma vontade enorme de chorar, analisa tudo minuciosamente e mesmo assim não tem algum motivo significante para suas lágrimas precipitarem-se e caírem, quando tudo para você parece ser diferente, quando tudo para você parece ser o que você não conhece... Quando você observa a sala e nada lhe chama a atenção... Isso pode não querer dizer nada para você, mas para mim isso significa que eu preciso de alguma pílula vermelha.

Acho que a minha pílula vermelha demorará, mas enquanto ela não vem eu posso imaginar o meu paraíso desconhecido.

Atenciosamente continuo aqui, com pensamentos inertes.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Próximo livro

A dor aproximou-se cada vez mais, periodicamente como de costume até que percebi que não poderia colocar um espelho na minha frente. Uma explosão de vergonha, dor muda, surdez, invadiu o meu ser depois de um dia com muitas vozes. Quanto mais eu observo, mais eu tenho certeza de que é essa pessoa que eu quero ser, a necessidade que eu tinha de ver paisagens/pessoas fora da minha casa, tornou-se necessidade de não sair dela; de não participar de eventos marcantes, de ficar calada. A necessidade de escrever me tomou, algum líquido saia dos meus olhos enquanto minha garganta doía conversando feliz com o amargo.

A morte ataca os lugares mais próximos, e ali eu passava pela frente de um velório. O meu. A morte parece ser um esclarecimento, feliz, encontro com Deus, encontro com forças boas ou talvez seja triste, talvez a morte seja simplesmente sentir uma dor vazia e imutável; prendendo, asfixiando, causando danos à ilusão. Talvez o próximo livro que eu leia seja: "Giovanna Decides to Die". Não sou suicida, mas aposto que qualquer dor é melhor que a dor muda, aposto que qualquer que seja o lugar que eu vá, seja bem pior do que o lugar que eu estou. Eu não quero morrer, mas é exatamente isso que está acontecendo comigo a cada vez que eu me dou conta que eu não nunca ouvi a voz de quem me faz respirar.

Eu só quero o meu ar, cores livres de pensamentos... Pessoas procuram abrigo na morte a todo o tempo, não quero ser só mais uma acovardada. Quem se importa em conhecer a verdade? Quem se importa com dor, mudez?

Vi a cidade de outro angulo, passarinhos inocentes que não podem escolher entre vida ou morte, seres humanos lutando trabalhando, comendo, lutando pela sobrevivência na terra sem ao menos saber o porquê. Todos fazem a mesma coisa como de costume, e eles nem ao menos sabem que estão sendo vítimas da mais medíocre organização.

As pessoas que estão atrás de mim lêm meus pensamentos e as da frente têm os pensamentos lidos por mim, mal sabem eles...

Contabilizando todas as minhas noites insones, não temos muita coisa. Textos queimados, inteligência esquecida, sentidos transbordando, convulsões internas, som do sangue passando em minhas veias, som das folhas encontrando seu amante.

Essa sou eu insone. Me acorde desse sonho, AGORA!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

MARROM...

... madeira, marulho, mártir, malícia, misticismo, mistura, milagre, mistério, materialismo, marido, monte, momento, maiô, musicalidade, mirror, master, mudez...

Inexpressividade de uma cor muda e a mudez expressiva da cor, causam confusão aos que olham. Sempre em contradição, procurando mártires para sobreviver eu vou, procurando motivos para ser menos medíocre. Se eu fosse uma cor, não seria uma cor primária, independente, alegre... Seria uma cor terciária, recebendo algumas doses tristes para me tornar o que eu seria, dependente da dor, da mistura de sentimentos e me tornando aparentemente feliz.

Sinto a depressão momentânea me atacando, cada fração de segundo o formigamento em minhas pernas aumenta, a incerteza é letal, sinto alguma espécie de êxtase me invadir e depois de segundos o que eu entendo por realidade lutando contra o platonismo que vem me assombrando durando uma década e meia. Eu poderia viver em minhas ilusões, mas a minha consciência insiste em me dar alguma pílula vermelha no café da manhã.

A inexpressividade que assola diariamente é maior do que qualquer espécie de dor, é a pior dor de não sentir dor, não sentir nenhum sentimento físico. Mergulho em formol. Eu descreveria assim e minha dor, intacta, imutável, vazia; não exatamente qualquer tipo de dor, mas a dor de não sentir nada.

RED PILLS, pela manhã, à tarde e à noite. Minha única saída é viver sem elas, minha única saída é encontrar a situação certa para despertar sem causar estragos.

Eu estarei lá quando eu precisar, com corpos, almas e armas presentes. Continuo sendo eu, objeto transferindo almas diretas ao papel feliz.


domingo, 12 de julho de 2009

O Poço.

"I don't like the vibe in the VIP."

Eu gosto da intimidade da minha mente, porém odeio a dificuldade que as pessoas têm para descobrir o que eu quero. Eu perco muito tempo arquitetando alguma fuga, alguma escapatória, sem ao menos saber do que eu estou fugindo. Estou fugindo de mim? Estou fugindo de alguém? Talvez eu esteja fugindo da parte de mim que intimida, ou da parte de mim que encanta. Estou em um poço fundo, escuro, gelado e sinto que esse poço pode me fornecer o que eu quero. Percebo não cheguei ao ápice de minhas dúvidas, pois tenho muito mais a questionar.

Permanecendo no fim do poço por certo tempo, posso detectar, dissociar todos os sentimentos e então diluí-los em algum fluido que me faça erroneamente feliz; Posso ler textos e saber quem escrevera, posso ver sorrisos e nem assim me contaminar com tamanha melancolia que eles transmitem.

Vejo faces da insensatez, ignorância e idiotice! Como podem esses pobres seres sobreviver assim? Fracos mentalmente, tomados pela ignorância e pelas LQ* músicas? Talvez eles sejam felizes agora, talvez eles só estejam fazendo o que eles querem.

Todos aqueles meus textos sobre arrependimento agora fazem sentido, eu estava profundamente arrependida de estar vivendo aquela vida deprimente, trágica, auto-destrutiva, sem conteúdo. Eu quero poder mostrar o que não tenho, quero ser feliz sendo menos medíocre. Não preciso estampar meu rosto aqui, não preciso publicar minhas façanhas esquecidas... Eu continuo sendo auto-destrutiva, mas eu sei em que lugar eu parei e sei aonde recomeçar.

Traçando marcos imaginários feitos por acontecimentos cotidianos insignificantes, eu continuarei em meu universo de faz-de-conta enquanto eu não achar a minha red pill. Minha pílula vermelha vibrante, induzindo-me a conhecer a verdade. O que é a verdade afinal? Ela existe? Se acreditarmos que a verdade não existe, será verdade que a verdade não existirá. Certas coisas não se apagam, apenas amenizam.

Eu aprecio muito a neutralidade da minha mente, eu aprecio muito a minha falsa timidez, eu aprecio muito a minha parte. Cérebros sempre foram apreciados, principalmente por mim... Não preciso colecionar milhares deles, só preciso de meus problemas para apreciá-lo claramente. Às vezes penso em morrer como surgir em algum lugar: escuro, sufocante, escorregadio, doloroso; Ou talvez um lugar: colorido, cheio de movimento, graça, compaixão, com olhos castanhos profundos como se fossem raios de sol a observar. O que seria escrito em meu obituário? Estou longe de ter os nove mil livros em minha cabeça, estou afastada e próxima ao mesmo tempo, molhada e seca, azul e vermelha, branca e preta.

Ainda tenho fôlego, não é propicio pensar em obituários agora. Ainda estou aqui e continuo sendo eu.

*LQ = Low Quality

sábado, 11 de julho de 2009

O Círculo

I wish you were here, how soon is now?, mirror error, signs, shake it, sex on fire, keep you head, crimewave, pirate, lollipop luxury, maps, i don't like the vibe in the VIP, closer, that's not my name, boring, prince harry, zero, drive, three wishes, use your love, misery business, bang bang bang bang, crushcrushcrush, secret, dirty little secrets, tick tick boom, other side of the world, louis vuitton, x larger, runaway, psychotic girl, hallelujah, go all the day, it was you, slow show...

Tudo isso e eu tentamos negar a minha adolescência incomum. O desejo incessante de minha mente ser lida por alguém que leia mentes, tic tac tic tac, o tempo passa e ninguém aqui para ler minha mente e decifrar meus sorrisos. Como se alguém algum dia tivesse a capacidade de decifrá-los, como se alguém já tivesse invadido meus pensamentos para descobrir o que eu realmente preciso. Isso nunca acontecerá, se isso me acontecesse seria a vida mais feliz ou talvez a mais triste.

Pela primeira vez, eu me dei conta de que o necessário sou só eu. Eu sou o problema que vê problemas em tudo, ou talvez a solução que vê esclarecimento em tudo. Talvez eu seja de natureza híbrida, talvez eu seja anormal, talvez eu seja normal como todos.

Mais do que nunca eu preciso de uma pílula vermelha, preciso de uma mordida cheia de insulina, preciso transformações. Qualquer tipo de transformação preciso de ajuda, não precisa ninguém me ajudando. Ajuda mental, talvez eu tenha baixa auto-estima, talvez isso seja resultado de auto-credibilidade, talvez isso seja esquizofrenia... Talvez seja a necessidade, necessidade de pessoas, cidades, alimentos, roupas, conversas, pensamentos. Estou quase voltando com a ideia: "Para escrever não precisa ter uma alma apaixonada/revoltada/odiosa/linda/etc. Precisamos apenas criar uma alma com as características que precisamos e absorvê-la temporariamente.". Escrever, escrever, absorver, ficar triste, feliz, triste, feliz. A vida então se resume em tristeza e felicidade? Eu sou feliz e obtenho sucesso sendo triste, não tendo o que eu quero. Sou triste quando sou feliz, obtenho sucesso e tenho tudo o que eu quero; se obtenho sucesso enquanto não tenho o que quero, o sucesso me deixa absolutamente triste e isso me leva a um círculo interminável de sensações simples que são personificadas de modo insignificantemente gigante.

Não me importa o normal, eu quero o escondido, o triste, o doloroso, o que machuca. Sinto que alguém pode ler minha mente, alguém pode me salvar e detectar meus sorrisos sinto que alguém pode me dar a querida pílula vermelha, minha red pill que procuro desde o início. Esse alguém sou eu. Myself é a palavra certa. Eu mesma, minha alma, meu cérebro. Aliás: a parte o cérebro em que não foi esmagada. Eu preciso de você, e esse você sou eu. Sou eu em você que não existe.

Eu quero me entender mais do que eu entendo, quero ter certeza do que eu sou, do que eu quero. Egoísta.

Meus garranchos são sempre iguais, minhas frases são tão previsíveis, é tudo tão... Escuro. Se eu sonhasse com vampiros, zumbis, curupiras, mulas sem cabeça, demônios; eu teria um motivo. Mas eu sonho com humanos.

Escuto as músicas, não prestando atenção nas letras. Talvez seja esse o problema, os detalhes que eu tanto prestava atenção estão escapando pelos meus dedos mais do que nunca, as explicações contradizem umas às outras.

Tenho sorte porque as palavras fluem em minha mente, isso não é um conto erótico. É um conto de dor muda e feliz, de uma mente que se contenta com a confusão e a mudez.

Essa sou eu... De novo, over and over again.


P.S.: Saudades Malu, Geu e Carol. Amigas fazem muita falta.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Meus pensamentos de hoje...

Andando pela chuva, percebi meus cabelos molhados... Gotículas entrando em estado de êxtase em contato com o meu corpo como se estivesse aliviadas de alguma maneira.

Não tem como o inverno ser mais prazeroso que isso, ar secando minha pele, vento soprando em meus fios felizes de cabelo castanho, o lindo céu cinza "degradê" e a expressão congelada das pessoas ao me olharem talvez seja só um reflexo do que eu passo com a minha face.

Não me importo com nada, apenas com os sonhos que terei a noite. Eles transmitem mensagens diretamente do meu subconsciente. O sonho da noite passada foi confuso, assim como o de noite retrasado. Sonhar com as leis de Deus modificadas?! O que significa? Talvez Deus esteja querendo passar uma mensagem para eu identificar e compreender. Qualquer força boa transmite e quer absorver felicidade, tomando isso como base essa "força", Deus ou qualquer outra denominação só quer nossos sorrisos; não quer obrigação, não quer vidas sendo "vividas" mecanicamente. Talvez se eu decidisse em que lado eu estou isso fizesse sentido... Mas, o que fazer quando não sabemos o que queremos? As quais conclusões chegar quando não sabemos ao menos o que somos? Eu posso ser as duas "coisas", posso ser invencível, imortal até que alguém me derrote e me mate; posso ser moralmente íntegra até que algo me corrompa sem ao menos meus olhos terem razão sobre algo.

Enquanto eu não sei o que sou, posso ser o que quiser mentalmente... Posso invejar os que sabem o que são, posso invejar a convicção alheia.

Não procuro amor, não procuro conforto em pessoas... Procuro conforto em paisagens, mentes, substantivos concretos, alimento, conversas com o espelho, etc.

Nada com sentido, tudo sem sentido... O que é o sentido além de qualquer coisa que damos importância? Muitas vezes isso nem merece, mas estamos ali incentivando qualquer forma de nos satisfazermos momentaneamente.

Essa sou eu, esse não é meu show e eu não sou Andy Millionakis.